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MANEQUIM BANDEIRANTE

Manequim Bandeirante: News

“Às vezes, nos espólios dos bandeirantes que morrem nas selvas, surgem armas pouco encontradiças alhures, como o broquel de aço de Bento Pires Ribeiro, os escudos de Domingos Barbosa e de Garcia Rodrigues, o estoque de André Botelho.

Mas a arma bandeirante por excelência é a escopeta que, segundo o autorizadíssimo Bluteau, é uma arma mais curta e de menor bala que a espingarda e carabina e de coronha mais curta. Há, todavia, quem prefira a espingarda; outros a clavina, ou o arcabuz, ou o bacamarte. Às vezes, pistolas. À cinta, o adereço de espada e adaga, com seus talabartes e talins. Ao lado, o frasco de osso de botar pólvora. E a fôrma de fazer munições e pelouros com as barras ou arrobas de chumbo. No corpo, como defesa, o gibão de armas, ou armas de algodão, ou armas de vestir - que é um gibão ou ferragoulo recheado de algodão com um acolchoado e que porá o bandeirante a salvo de flechadas.”


Citação do livro ‘No tempo dos Bandeirantes’, redigido por Carneiro Bastos Barreto, “Belmonte”.

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O que vestia os Bandeirantes?

Para desbravar os sertões era preciso estar bem equipado. As formações conhecidas como ‘bandeiras’ possuíam até 3 mil homens. Grande parte deles dedicados ao transporte de equipamentos e suprimentos para a viagem.
Mas cada membro deveria carregar consigo o essencial para a jornada. Nisso os cronistas da época e também os historiadores que analisam os fatos e documentos, sobretudo cartas, relatórios e testamentos, apontam algumas peças que se tornaram símbolos dos bandeirantes:
- botas de couro, sem as quais seria impossível vencer as selvas, mesmo que a retirasse para vencer obstáculos mais complexos ou para navegar os rios. As botas eram itens obrigatórios do bandeirante. É impossível imaginar percorrer distâncias gigantescas que incluía montanhas nevadas (bandeira de Raposo Tavares aos andes bolivianos) descalços.
- calças, de diversos tipos, formatos e materiais. Absolutamente ao gosto do usuário. Inclusive um babel de cores e decorações. O modelo esverdeado aqui apresentado é semelhante a modelos descritos em relatos de bandeirantes.
- camisa de algodão, modelos típicos de Portugal e Espanha.
- gibão de armas ao lado da ‘coura’ era peça essencial a tal ponto que muitos bandeirantes levavam várias delas em seu espólio. O gibão de armas, exemplar aqui exposto, era uma peça de pano recheada de chumaços de algodão. Tinha o propósito duplo de proteger o usuário dos riscos de desbravar os sertões – galhos de plantas, espinhos e picadas de insetos; ao mesmo tempo que oferecia um certo grau de proteção contra flechas e golpes de armas cortantes. Sendo consideravelmente mais leve, fresca e maleável, em comparação com peças de aço.
Por seu lado a ‘coura’ era feita de couro de anta. Era bem mais cara do que o gibão, mais pesada e rígida. Muitos bandeirantes levavam tanto gibões quanto ‘couras’ em suas andanças. Tão presente que se tornou símbolo do Bandeirante, representado em muitos brasões de batalhões militares e brasões de municípios, como o brasão da cidade de Itu.
- chapéu de couro, aqui representado o do tipo ‘ovo’, muitos formatos eram usados como chapéus sem abas, e de diversos materiais de tecido a palha. Muito importante para se proteger do sol, assim como de golpes de adversários.

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Armas e equipamentos

Um bandeirante carregava diversas armas, desde facas a canhões de mão. Algumas sempre consigo, outras levadas por carregadores.

Representamos aqui o tradicional Bacamarte, um tipo de espingarda curta de boca larga que disparava diversos projeteis num único disparo a curta distância. Arma ideal para combate na selva.

Cintos e talabartes permitiam transportar consigo os utensílios mais vitais em caso de emergência. O que destacamos é um recipiente feito de chifre de boi, usado para transportar pólvora. Cuja ponta em funil abastecia as armas rapidamente em combate. Além de diversas bolsas para transportar munições, comida, água e utensílios mais pessoais. Equipamentos para acampamento, armas pesadas, tesouros saqueados e minérios explorados, além de sementes, comida e até água eram levados pelos carregadores.

Para o transporte se fazia a pé, de barco ou com uso de animais – cavalos ou mulas. Os barcos mais rudimentares ou jangadas eram improvisados no local e depois descartados, já as canoas mais elaboradas eram arrastadas por trechos de terra entre os rios e utilizadas diversas vezes, sendo guardadas em locais para reúso posterior.

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Quem foi o bandeirante Domingos Fernandes?

O Bandeirante Domingos Fernandes (nascido em 24 de janeiro de 1652) foi um bandeirante paulista. Em 1610, juntamente com seu genro, Cristóvão Diniz, fundou o povoado de Itu, Fernandes ergueu o local para devoção a Nossa Senhora da Candelária, que mais tarde se tornaria Padroeira do município.
Era filho de Manoel Fernandes e Suzana Dias, fundadora de Santana de Parnaíba. Com seu irmão, André Fernandes, em 1602, participou da bandeira de Nicolau Barreto a Guairá.
Entre 1610 e 1636, fundou a aldeia de Utuguaçu, atual cidade de Itu) nos campos de Piratininga com índios vindos do sertão. Ergueu, ali, uma capela sob a invocação de Nossa Senhora da Candelária de Itu (onde hoje, fica a Igreja do Bom Jesus), elevada a freguesia, em 1653, e que foi a origem da atual cidade de Itu.
Figurou na entrada de 1628. Exercia na vila da Parnaíba o cargo de avaliador.
Com seu genro, o sertanista Cristóvão Diniz foi chefe de uma bandeira ao Guairá em 1631.

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