Roberto Tonin
Eram Jovens estudantes idealistas – 23 de maio e o MMDC
Quando ocorreu os protestos diante das medidas autoritárias do governo provisório de Vargas, provisório que não tinha fim. Todos os segmentos protestavam, cada qual por sua razão. Por isso centenas de milhares tomaram as ruas. Os interventores nomeados para governar o estado de S.Paulo eram homens cruéis, alguns como João Alberto Lins de Barros e Manuel Rabelo eram lideras da revolta de 1924 que destruiu a cidade de S.Paulo, e depois lideres da chamada coluna prestes que aterrorizou o interior do país. Outro desses lideres foi Miguel Costa que criou o PP, uma milícia que imitava os de Mussolini, foi a sede desse grupo que foi alvo dos protestos no dia 23 de maio. Os revoltosos queriam dar o troco, após centenas de jornais, e sedes sociais de entidades terem sido invadidas e depredadas, os manifestantes queriam fazer o mesmo com a sede do PP, porem lá os milicianos colocaram metralhadoras nas janelas e atiraram granadas, 14 pessoas foram gravemente atingidas, 4 vieram a óbito, Martins, miragaia, Dráusio e Camargo.
- Martins – 31 anos, fazendeiro em sertãozinho., foi a S.Paulo visitar os pais.
- Miraguaia – 21 anos, funcionário de cartório, morador do centro.
- Dráusio – 14 anos, trabalhava na farmácia do pai.
- Camargo – 30 anos, fazendeiro na cidade de Amparo, viajou para participar dos protestos.
ou seja não eram jovens, exceto Dráusio, e nenhum deles era estudante. Tampouco idealistas, cada um estava lá por um motivo.
A ideia de ‘jovens estudantes’ foi um artificio inventado para criar uma espécie de comoção. Porem isso foi feito depois da guerra, não antes, nem durante. Já que jornais e informes oficiais descreviam corretamente as idades e ofícios destes ‘mártires’. Apesar de vasta documentação, oficial, inclusive um inquérito policial, essa narrativa de ‘jovens estudantes’ por alguma razão os jornalistas adoram essa frase.